Aterosclerose cerebral: entenda o que causa

A aterosclerose é uma doença que atinge as artérias (que garantem o transporte de sangue), causando obstrução ou bloqueio do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o coração e o cérebro, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

É a famosa “veia entupida”, que todo mundo conhece: as artérias ficam congestionadas por placas de gordura e o sangue não consegue circular corretamente. 

E ELA TAMBÉM PODE SER CEREBRAL! É como se seu cérebro estivesse em “obras”. As máquinas e avisos luminosos (no caso as placas de gordura) ficam ali no caminho, impedindo o trânsito (no caso o fluxo sanguíneo). E se as pessoas (oxigênio) não chegam aos locais de trabalho, o que acontece? Tudo para!

Esse problema é uma das principais causas de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, de AVC recorrente (quando ele acontece mais de uma vez, podendo causar ainda mais danos) e também de demência, como Doença de Parkinson. 

No AVC isquêmico, o oxigênio não consegue chegar às células cerebrais, e elas podem acabar morrendo. Algumas das consequências que ele pode provocar são paralisias em partes do corpo e problemas de visão, memória e fala.

Um estudo feito na Universidade de Amsterdã, na Alemanha, e publicado nos periódicos da American Heart Association, demonstrou que a idade é um fator de risco para desenvolver aterosclerose. De acordo com a pesquisa, no início da vida há uma pressão de pulso baixa nas artérias intracranianas, retardando o desenvolvimento das obstruções.

Com o aumento da idade, e ainda mais com o aparecimento de hipertensão, diabetes e maior rigidez da aorta e das artérias carótidas (justamente as que levam sangue para o cérebro). O efeito protetor de uma pressão de pulso baixa é perdido e a propagação da onda pulsada aumentada pode se tornar um dos principais impulsionadores da aterosclerose.

Além da idade, alguns fatores podem colaborar com o surgimento da aterosclerose cerebral: hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo e alimentação desregulada. Algumas populações também parecem estar mais sujeitas aos problemas: os asiáticos, negros e hispânicos.

Como saber se eu tenho?

A aterosclerose geralmente não apresenta muitos sintomas em sua fase inicial, sendo uma das famosas “doenças silenciosas”. Muitas vezes, a pessoa só descobre que estava com uma artéria obstruída quando algo pior acontece, como um AVC. 

O Ministério da Saúde listou pra gente alguns dos sintomas do AVC isquêmico, que precisa de atendimento médico assim que esses sinais aparecerem:

– Dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos;

– Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo;

– Paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar);

– Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que é dito;

– Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.

Tem solução?

Como em quase todos os problemas de saúde, a melhor solução é prevenir e detectar precocemente para facilitar o tratamento.

 Uma rotina com exercícios físicos regulares, alimentação balanceada, com pouca gordura e sal; evitar o tabagismo e o controle de fatores de risco como diabetes, obesidade, hipertensão e colesterol é essencial para evitar o surgimento dessas placas de gordura, bem como um acompanhamento médico regular, com consultas e exames. 

O estresse também é um fator de risco, então já sabe, né? Por mais que seja difícil, ele tem que ser controlado. Se preciso, a ajuda de um profissional como o psicólogo pode entrar nessa equação. 

Já desenvolvi…e agora?

Se você foi diagnosticado com aterosclerose, o estilo de vida saudável também é essencial. O tratamento inclui acompanhamento, medicamentos receitados pelo médico e, quando necessário, intervenções como cateterismo e cirurgia para tirar a obstrução da artéria.

Agora se você ou algum familiar sofreu um AVC e ficou com alguma sequela, o acompanhamento médico e multidisciplinar – como fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta, a depender do seu quadro clínico – vai ser essencial na recuperação. Alguns hábitos terão de ser mudados para ter uma vida mais saudável e mais longe dos riscos de ter de novo o AVC, como adoção de uma alimentação mais colorida e uma vida com mais movimento.

Ficou com alguma dúvida ou precisa de ajuda para se cuidar melhor? Conte comigo! Entre em contato pelo telefone (19) 99685-4402

Dr. Davi Klava

Atendimento Médico em Neurologia Clínica

3 Comments

  1. Dr. Davi, essas informações foi de muita importância pra mim. Muito obrigado!

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