Conheça 5 formas de tratar a miastenia gravis
Entre as minhas últimas postagens nas redes sociais falei um pouco sobre a Miastenia Gravis, uma doença comumente confundida com o Parkinson – por serem ambas doenças neuromusculares. Apesar de terem alguns sintomas em comum, como o cansaço muscular intenso e a dificuldade de realizar movimentos, a Miastenia está relacionada à outra região do sistema nervoso: sua porção periférica, caracterizando-se como uma doença neuromuscular autoimune, causando sintomas específicos como a pálpebra caída. Dessa forma, o seu tratamento também é diferente.
Como o tratamento de doenças neuromusculares é uma das minhas especialidades e vejo que muitos pacientes têm dúvidas sobre o tema, hoje trago aqui no site 5 formas de tratamento para a Miastenia Gravis.
MAS O QUE CAUSA MIASTENIA GRAVIS?
Os fatores de risco dessa doença ainda são desconhecidos, mas já sabemos o que acontece dentro do organismo de uma pessoa com Miastenia Gravis: os anticorpos, peças-chave produzidas pelo sistema imunológico que participam do reconhecimento e combate de doenças, acabam bloqueando a comunicação entre o sistema nervoso periférico e os músculos, o que impede a pessoa de realizar os movimentos de forma adequada. Dessa forma, dizemos que a Miastenia Gravis é uma doença neuromuscular autoimune.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS PARA MIASTENIA GRAVIS?
1) Medicamentos inibidores da colinesterase, corticosteroides e imunossupressores
Esses medicamentos são o padrão de tratamento para a Miastenia Gravis. Os inibidores da colinesterase auxiliam na comunicação entre o sistema nervoso periférico e os músculos, ao impedirem que a COLINESTERASE destrua a ACETILCOLINA, o neurotransmissor usado nessa comunicação. Já os medicamentos corticosteroides reduzem a produção dos anticorpos que bloqueiam a comunicação, e os imunossupressores impedem que o sistema imune cause danos à região onde ocorre a comunicação.
2) Anticorpos monoclonais
Usados por infusão intravenosa, os anticorpos monoclonais agem em células do sistema imunológico chamadas de linfócitos B, que estão altamente relacionados a doenças autoimunes como a Miastenia. No entanto, essa classe de medicamentos causa alguns efeitos colaterais graves, como o aumento dos riscos para doença meningocócica.
3) Plasmaferese
Procedimento onde o sangue é retirado do corpo do paciente e é devolvido o sangue sem os anticorpos que estavam atrapalhando a comunicação neuromuscular. Esse procedimento é utilizado em casos de crises, onde há fraqueza muscular extrema, envolvendo o diafragma e os músculos do tórax, e o paciente não consegue respirar corretamente.
4) Imunoglobulina intravenosa
Também utilizado em casos de crises. O procedimento de administração de imunoglobulina intravenosa é feito de forma que o paciente em crise receba anticorpos de um doador saudável. Esses anticorpos bloquearão os anticorpos anormais que causam a Miastenia.
5) Cirurgia
Uma outra opção é a retirada do timo, uma glândula que participa do amadurecimento de células do sistema imunológico. Principalmente no caso de pacientes com tumores localizados nessa glândula.
Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Agende uma consulta e juntos encontraremos a melhor opção de tratamento para você!
Dr. Davi Klava | Atendimento Médico em Neurologia Clínica