Dúvidas Frequentes
Tem alguma pergunta?
Sim, uma crise isolada e sem doença subjacente não fecha o diagnóstico de epilepsia. Alguns fatores podem desencadear crises epilépticas:
Mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar (televisão, computador, vídeo-game, discotecas)
- Privação de sono
- Libação alcoólica
- Febre
- Ansiedade
- Cansaço
- Algumas drogas e medicamentos
- Distúrbios metabólicos
Fora do ambiente hospitalar o observador deve voltar a cabeça do paciente para o lado, se possível, sobre uma almofada ou travesseiro. Isso ajuda a proteger contra traumatismos na cabeça e também evitar que ocorra aspiração de alimentos, salivação ou vômitos para o pulmão.
Não se deve tentar puxar a língua do paciente, pois o observador pode sofrer lesão grave da mão e neste tipo de crise, ao contrario dos desmaios, a língua costuma ficar em sua posição normal.
Geralmente a crise dura alguns segundos a minutos e o paciente pode ser levado ao hospital com tranquilidade, se a crise for inédita ou conforme orientação médica.
Caso a crise dure mais que 5 minutos, deve-se levar o paciente imediatamente ao hospital, para que se possam usar medicamentos para abortar a crise.
Dores de cabeça secundárias são aquelas que ocorrem como um SINTOMA de outras doenças. Inúmeras doenças apresentam a dor de cabeça com seu sintoma principal ou associado.
Para identificar a doença de base é necessário definir o tipo de dor, a localização, a intensidade, os fatores de melhora e piora, o contexto clínico (idade do paciente, problemas clínicos, medicamentos, etc.), aliado aos dados do exame físico.
Geralmente as dores secundárias são percepções novas para os pacientes (nunca sentida antes dessa forma), diferente das cefaleias primárias clássicas (enxaqueca e tensional) aonde o paciente geralmente reconhece o padrão estereotipado da crise.
Abaixo temos alguns dos sinais de alerta mais preocupantes em uma dor de cabeça, pensando no risco de uma doença potencialmente mais grave:
- Padrão novo de dor
Quando o paciente refere uma dor com novo padrão, ainda desconhecido por ele, isso preocupa um pouco mais o médico. Isso pois as dores PRIMÁRIAS costumam se repetir de forma relativamente estereotipada (em termos de tipo, intensidade, duração e sintomas associados).
Uma dor de padrão diferente do habitual pode significar outra afecção potencialmente mais preocupante. Mas é claro que toda dor recorrente um dia apresentou seu primeiro episódio, mesmo assim é fundamental investigar e avaliar dores que escapam de características habituais para aquela paciente.
- Cefaleia Súbita
Um dor de cabeça repentina, explosiva, que atinge seu ápice de intensidade em poucos segundos, é muito preocupante. Para o médico que escuta esse tipo de queixa fica o receio da ruptura ou distensão de um aneurisma cerebral (que é uma dilatação de uma artéria que pode eventualmente romper durante a vida).
As dores mais comuns e benignas (primárias) geralmente começam mais leves e a intensidade aumenta progressivamente em minutos a horas (evolução insidiosa).
- Associação com sinais de infecção
Dores de cabeça associadas a febre, falta de apetite, calafrios, dores no corpo, lesões de pele ou rigidez de nuca exigem uma avaliação prioritária.
Existe risco de meningite (infecção nas membranas que revestem o cérebro) ou mesmo de outras doenças infeciosas gerais, tais como dengue, gripe, sinusite (dor mais facial ou topo da cabeça), infecção dentária (dor referida ou projetada), etc.
As dores tipo enxaqueca ou cefaleia tensionais não costumam causar sintomas de infecção concomitante.
- Dor associada à atividade física ou sexual
Dores de cabeça que ocorrem durante uma atividade física preocupam pois podem significar alterações vasculares como aneurismas e malformações arteriovenosas.
O exercício aumenta a pressão arterial e a pressão intracraniana e dores que ocorrem nessa situação podem significar risco de sangramentos e lesões estruturais no compartimento intracraniano.
- Dor em pessoas mais debilitadas
Dores em pessoas acima de 60 anos, antecedente de tumores, problemas de coagulação, imunidade baixa, gestantes, criança pequenas, etc. merecem uma atenção toda especial.
Nesses pacientes, a fragilidade torna a ocorrência de um problema mais preocupante mais provável que na população geral. Por isso, todo o cuidado com eles é pouco.
- Dor com piora progressiva
Aquela dor que acomete o paciente diariamente e que mostra-se pior a cada dia é, sem sombra de dúvida, um bom motivo para procurar rapidamente um neurologista. Esse tipo de evolução arrastada e progressiva é típico de lesões que ocupam espaço dentro do crânio, como tumores, trombose venosa, abscesso, etc.
Esse comportamento não é tão comum para enxaquecas e dores de cabeça tensionais, que geralmente mostram períodos de piora intercalados com melhora ou, eventualmente, uma dor de cabeça diária, mas estável (não progressiva).
- Dor com sintomas neurológicos
Sempre que a dor vier acompanhada de outro sintoma neurológico focal o atendimento deve ser imediato.
Atentar para fraqueza muscular em alguma parte do corpo, alteração de sensibilidade, confusão mental, alteração visual ou dificuldade para falar ou caminhar.
Nestes casos o receio é que haja algumas coisas causando a dor e alterando a função de alguma parte do cérebro, como tumores, abcessos, sangramentos, isquemias, trombose, etc.
- Dor de cabeça pós traumatismo
Muito cuidado com dores que surgem após traumatismo relevante na cabeça. O trauma pode gerar inchaço, contusões e mesmo sangramentos dentro e em torno do cérebro.
As pessoas mais susceptíveis a complicações de trauma são os idosos, as crianças pequenas e os alcoólatras.
Atente para dor que ocorre fora do local exato da batida, para sintomas neurológicos como confusão e sonolência, para secreção saindo do ouvido ou pelo nariz (surgida após a pancada) e hematomas atrás da orelha ou abaixo dos olhos (sinais de traumas mais intensos).
É sempre melhor procurar atendimento com urgência nestes casos.
Resumindo: Importante destacar que essas são dicas gerais e não regras absolutas. Sempre que a dor de cabeça te incomodar muito e alterar o seu ritmo de vida é fundamental procurar ajuda especializada e de confiança para se certificar do diagnóstico exato e programar seu tratamento o quanto antes (mesmo que ela não preencha nenhum critério citado acima).
Quando a dor dura de 4 a 72 horas, acomete um só lado da cabeça ou a cabeça toda, geralmente pulsátil, podendo também ser em peso ou pressão e pode vir acompanhada de náuseas e/ou vômitos, intolerância a luz, barulho, cheiro e movimentos.
Além disso, ela começa fraca e vai ficando forte, diferente de outras dores de cabeça que ou já começam fortes ou são sempre moderadas. Mas como já foi citado – são quase 300 tipos de dores de cabeça, é fundamental uma avaliação médica com um especialista no assunto, para um diagnóstico correto.
Sim, desde muito pequenas. Estudos mostram que 1 a cada 4 crianças até 05 anos teve pelo menos 01 episódio de enxaqueca nos últimos 12 meses.
Muitas vezes esta queixa não é valorizada pelos pais, sendo considerada “manha”, ou desculpa para não ir à aula ou cumprir alguma outra tarefa. Porém, quando a queixa é muito freqüente geralmente elas são levadas ao oftalmologista, otorrinolaringologista e só então lembram do neurologista. Os desencadeantes são os mesmos dos adultos. Deve-se registrar também que as crianças enxaquecosas geralmente são bons alunos por terem um perfil perfeccionista.
- Enxaqueca é mais frequente nas Mulheres. VERDADE
- Toda dor de cabeça mais forte pode ser considerada uma enxaqueca. MITO
- A enxaqueca desaparece na menopausa. MITO
- A causa da enxaqueca está no fígado. MITO
- O uso excessivo de analgésico piora a enxaqueca. VERDADE
- Quem tem enxaqueca deve tomar cuidado com alguns alimentos. VERDADE
- Exame de imagem (ressonância ou tomografia) é fundamental para fechar o diagnóstico. MITO
- Existe cura para enxaqueca. MITO
- Quem tem enxaqueca não pode tomar anticoncepcional. MITO
A doença é diagnosticada pela avaliação clínica. A doença não aparece em exames de sangue e exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética. Os exames geralmente são feitos para afastar outras doenças que podem simular o Parkinson, tais como hidrocefalia, múltiplos AVC´s, sangramentos, etc.
Muito importante também afastar o Parkinsonismo induzido por medicamentos, que geralmente é mais simétrico, com mais rigidez e parcialmente reversível com a suspensão do medicamento suspeito. As classes de medicamento que podem gerar parkisonismo são: anti-vertigem, remédios para náuseas e medicamentos para psicose e alucinações.
O diagnóstico infelizmente demora muito na nossa realidade médica atual. Os sintomas iniciais podem ser sutis e o paciente ou deixa passar ou busca profissionais de outras especialidades, tais como ortopedistas.
Não existe cura para a doença. Trata-se de um transtorno crônico e lentamente progressivo. A evolução varia muito de caso a caso, existem alguns que evoluem em poucos anos e outros com evolução em décadas. Existem tratamento para a doença e ele é bastante efetivo, principalmente nas fases iniciais da doença.
Existem diversas opções de medicamentos, que podem ser dados isolados ou em associações. Os medicamentos aliviam bastante os sintomas, trazem um melhor controle clínico e devolvem ao paciente boa parte da sua qualidade de vida (apesar de não curar a doença).
Com a evolução da patologia, que geralmente ocorre lentamente ao longo de diversos anos (sendo variável, caso a caso), o efeito dos medicamentos pode ser progressivamente menor.
A maioria dos remédios é dada atualmente pelo SUS (sistema único de saúde).
O paciente necessita de ajustes frequentes nas doses e horários, necessitando de um seguimento neurológico frequente e especializado.
Além de medicamentos para o quadro motor, são por vezes necessários medicamentos para os sintomas associados, tais como distúrbio de sono, depressão, etc.
Associado aos medicamentos é fundamental indicação de fisioterapia especializada (neurológica), fonoterapia (casos selecionados) e mesmo terapia ocupacional e psicólogos, sendo essa indicação também a depender de cada caso. Existe atualmente a possibilidade cirúrgica para casos bem selecionados.
Nessa cirurgia é feita colocação de um eletrodo em regiões pontuais do cérebro, que emite impulsos que podem auxiliar no controle de alguns sintomas do Parkinson (uma espécie de marca-passo cerebral).
Essa modalidade de tratamento é complementar ao medicamento não propicia a cura, mas pode trazer benefícios em casos específicos (pois tem suas indicações e contraindicações).
A fibromialgia não aparece nos exames! Apesar de sentida de forma intensa e feroz pelos portadores, não existem exames de sangue ou de imagem capazes de identifica-la com 100% de certeza. O diagnóstico é totalmente clínico, baseada no conhecimento, experiencia e expertise do médico, que pode ser um clínico, um reumatologista, um fisiatra ou mesmo um neurologista de confiança. O diagnóstico é pautado em critérios que envolvem a presença de sintomas, a duração, o impacto na qualidade de vida, o exame físico e a investigação eventual de possíveis diagnósticos diferenciais.
Os exames de Rx, ressonância magnética, ultrassom e os exames de sangue, mesmo com pesquisa de inflamações e doenças reumatológicas podem ser completamente normais na fibromialgia. Claro que muitas vezes os exames mais sofisticados movidos para a linha ortopédica apresenta alterações inerentes ao próprio envelhecimento, por isso falamos que na fibromialgia o quadro clínico de dor é desproporcional a essas alterações inespecíficas.
De qualquer forma os pacientes com sintomas de fibromialgia passam geralmente por uma investigação geral para outras causas para seus sintomas, como doenças reumatológicas, ortopédicas e hormonais, fazendo-a figurar quase como um diagnóstico de exclusão. Agora, a falta de achados precisa culminar no diagnóstico clínico, e não na falta de um diagnóstico certeiro e na falta de uma abordagem.
Existe ainda muito preconceito com relação aos portadores de fibromialgia, tanto por parte da sociedade, como por parte dos profissionais da saúde e do próprio paciente, como se a ausência de perturbações palpáveis ou demonstráveis em exames de imagem tornassem a doença um transtorno menor ou fruto da mente do paciente, que estaria inventando ou amplificando sua percepção, em busca de atenção.
A fibromialgia é uma doença real, orgânica e avassaladora, descrita em diversas culturas e com relatos ao longo dos últimos 500 anos da história da medicina. Metade de seus portadores não apresentam transtornos psiquiátricos, tais como a depressão, mostrando que a natureza inicial do processo muito provavelmente não é psicológica.
Sintomas neurológicos nesta fase são frequentes, tais como: queixas de concentração e memória, sintomas de tontura ou zonzeira, sintomas depressivos e ansiosos, distúrbios de sono, fadiga, entre outros.
Nessa fase também podem surgir dores no corpo, queixas de dores de cabeça e alguma irritabilidade.
As queixas cognitivas são muito frequentes na menopausa. Mais de 50% das mulheres nessa fase da vida referem que sua memória não é mais a mesma, que eventualmente tem dificuldade de evocar nomes, palavras, números e datas.
Muitas referem desatenção, dificuldade em realizar mais de uma tarefa, baixa concentração e falta de criatividade.
As queixas geralmente são leves, transitórias e subjetivas, sendo difícil acessá-las em testes padronizados. Existem múltiplas teorias a cerca dessa ocorrência, desde carência de estrógeno, até impacto de sintomas depressivos, ansiosos e das alterações do sono na cognição.
Em inglês, usa-se o termo “brain fog” (nevoeiro no cérebro) para se referir a essa fase de baixa cognitiva transitória. Esse quadro não é preditor de demência, sendo geralmente de evolução benigna.
Claro que em casos de piora mais intensa da cognição é fundamentos investigas causas específicas, como as demências pré senis (antes dos 60 anos), além de outras doenças neurológicas e clínicas que possam levar a queixas intelectuais (tais como hipotireoidismo, carência de vitamina B12, HIV, AVC, etc.)
Afastados problemas mais sérios o “brain fog” (benigno – da menopausa) pode ser acompanhado ou até medicado com fitoterápicos, exercícios mentais, atividade física entre outras medidas conservadoras.
Importante transmitir a paciente o carácter benigno e transitório da afecção. Reposição hormonal pode ajudar em casos selecionados.
As tonturas e vertigens estão entre os sintomas mais comuns dos pacientes que procuram atendimento médico, perdendo apenas para dores de cabeça e nas costas.
Isto é preocupante, principalmente em pacientes idosos ou com outros Déficits Neurológicos, pois a queda é uma Consequência Grave da Tontura, que pode ocasionar outras complicações.
No entanto, algumas perguntas simples e testes de exame físico podem ajudar a alcançar o diagnóstico diferencial para tonturas e vertigens.
A avaliação clínica do paciente com tonturas e vertigens é minuciosa, concentrando-se na origem, na duração dos sintomas e nos fatores que provocam ou aliviam as crises.
É comum que o médico peça para o paciente descrever sua vertigem sem usar a palavra “tontura”, pois os pacientes costumam descrever instabilidade, fraqueza generalizada, síncope ou até desequilíbrio como tontura.
Dessa forma, é possível distinguir a vertigem: um subtipo de Tontura definido como uma ilusão de movimento.
Na maioria das vezes, a vertigem possui causa vestibulares, de outros tipos de tontura, que podem ser desencadeadas por Doenças no Sistema Nervoso Central, Doenças Cardiovasculares ou Sistêmicas.
Os exames auditivo, vestibular, complementar de sangue e radiológico ajudam a fechar o diagnóstico, mas devem ser realizados após a avaliação física do paciente, que levanta as principais causas suspeitas e auxilia na escolha dos exames.
Existe vários tipos de ANEURISMAS, a depender do tamanho, da localização, do formato, da causa, etc. O risco de um aneurisma está na CHANCE de RUPTURA e risco de sangramento cerebral, que pode ser muito perigoso.
Acredita-se que cerca de 3 a 5 % da população desenvolva esse tipo aneurismas cerebrais durante a vida, sendo a maioria congênitos (nascem com a pessoa, um tipo de malformação). A maioria deles são pequenos e assintomáticos, sendo desconhecidos pelos seus portadores. Por isso, dizemos que o aneurisma é uma doença muitas vezes silenciosa. A manifestação clínica ocorre no momento da ruptura (com sangramento cerebral), ou quando o aneurisma é grande e comprime estruturas ao seu redor, como nervos cranianos. A maioria dos aneurismas não rompe durante a vida, esse evento ocorre com cerca de 5% dos aneurismas. Como o aneurisma muitas vezes não traz sintomas é muito frequente que ele seja descoberto meio “sem querer”, investigando outras patologias ou sintomas gerais. Agora, quando aneurisma se distende e rompe os sintomas são geralmente fortes, evidentes e a evolução clínica pode ser catastrófica. Isso pois o extravasamento de sangue pode ser maciço (pois as artérias têm pressão forte), dentro de uma cavidade fechada, o crânio.
O risco de rompimento varia muito de um caso para o outros, e muitos passam a vida inteira sem incomodar. Acredita-se que o risco anual de rompimento esteja em cerca de 0,5 a 1 % ao ano. Sendo maior para aneurismas grandes (acima de 10 mm – 1 cm de diâmetro). Por isso, que o achado de aneurisma em jovens preocupa mais, pois a expectativa de vida é maior, sendo o risco de rompimento maior. Pessoas com fatores de risco cardiovasculares também apresentam risco maior de rompimento, principalmente com hipertensão descontrolada e com uso de anticoagulantes orais.
Existe um risco genético maior para quem tem familiares de primeiro grau com aneurismas (quanto mais familiares, maior o risco). Também existe Além dos aneurismas congênitos (que nascem com a pessoa). Existem outros tipos (causas): aneurismas por hipertensão descontrolada (microanuerismas), aneurismas por inflamação ou infecção, aneurisma traumático, etc.
Qualquer SINTOMA NEUROLÓGICO FOCAL de instalação aguda/subaguda pode ser sinal de ESCLEROSE MÚLTIPLA, principalmente em jovens! Não dá para esperar passar. Sempre que um evento localizado ocorrer um médico neurologista deve ser imediatamente consultado a fim de determinar a natureza do processo e iniciar rapidamente o tratamento.
O sintoma ocorre de forma aguda, evoluindo de minutos a horas geralmente, diferente de um AVC, onde o quadro se instala instantaneamente, de um segundo para o outro. O sintoma depende diretamente do local e tamanho da lesão. Dependendo da área o surto pode passar despercebido pelo paciente ou ter gravidade muito intensa, isso torna a doença bastante heterogênea e imprevisível.
Existem algumas formas de Esclerose Múltipla, sendo a manifestação mais comum a evolução do tipo SURTO – REMISSÃO. Nessa forma mais frequente o paciente apresenta o surto neurológico focal, com determinado sintoma e determinada lesão inflamatória. O quadro perdura por alguns dias a poucas semanas e tende a se atenuar, com ou sem tratamento. Por vezes a recuperação de surto é total, por vezes parcial. Mas, no decorrer dos anos, o acúmulo de sequelas (mesmo que parciais) dos surtos, leva a progressiva deterioração neurológica. Como podemos perceber os sintomas são muito variados em tipo e intensidade, sendo que a doença tende a piorar em SALTOS, de surto em surto, principalmente quando a recuperação é parcial.
Por isso o tratamento deve visar reconhecer e aliviar o surto, além de tentar prevenir seu aparecimento (sendo que isso só é possível regulando o sistema imunológico).
Muito importante pontuar que o portador de ESCLEROSE MÚLTIPLA não sofre apenas com os surtos. a doença também apresenta sintomas mais gerais, tais como: FADIGA intensa, dores no corpo, alterações para urinar, espasmos musculares, depressão, entre outros.
O paciente ainda precisa lidar com a imprevisibilidade clínica (medo de novos eventos e dificuldade em organizar a vida), além de todo o preconceito e desinformação.
Eis aqui uma das principais vítimas da hipertensão descontrolada. O cérebro é um órgão particularmente sensível à hipertensão. Isso pois é ricamente perfundido por artérias e apresenta um complexo e refinado sistema de regulação de pressão no seu interior.
Hipertensos têm um risco 4X maior de ter um Acidente Vascular Cerebral. Acredita-se que cerca de 80% dos AVC ocorra em hipertensos. Existem basicamente 2 tipos de derrames (AVC’s): isquêmico ou hemorrágico, a hipertensão aumenta o risco dos dois.
- RISCO DE AVC
ISQUÊMICO: no AVC isquêmico ocorre o entupimento de uma artéria. A hipertensão é um fator de risco importantíssimo (junto com o colesterol alto, a diabetes, o tabagismo e o sedentarismo) para a aterosclerose, que nada mais é que o acúmulo de gordura na parede dos vasos. Pessoas com hipertensão podem ter AVC isquêmico em qualquer região do cérebro, de qualquer tamanho, levando ao risco de vida, de sequelas ou de perda progressiva de função intelectual. Cerca de 80% dos AVC´s são isquêmicos.
HEMORRÁGICO: a pressão elevada pode facilitar a oclusão de uma artéria dentro do cérebro, com isso o sangue extravasa e pode provocar sequelas também bastante graves. A hipertensão pode causar zonas de fraquezas e dilatações (micro-aneurismas) em pequenas artérias perfurantes. Cerca de 20% são hemorrágicos.
- RISCO DE DEMÊNCIA
Sabe-se que o descontrole crônico da pressão arterial é um importante fator de risco para perda progressiva de função intelectual na terceira idade. Isso ocorre por acúmulo de pequenas lesões vasculares (micro-AVC) – chamamos essa forma de demência vascular, sendo a segunda forma mais comum de demência na população geral.
Outro mecanismo importante é a precipitação de agressões cerebrais que podem iniciar e amplificar a ocorrência de demência degenerativa, tipo Alzheimer, essa sim a principal causa de demência nos dias de hoje.
O adequado controle da pressão arterial minimiza de forma importante o risco de isquemias, sangramento e demência. Por isso, o tratamento da pressão alta é hoje um dos pilares da medicina preventiva em neurologia.
- ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA
Existe uma outra entidade clínica muito importante onde o paciente apresenta sintomas neurológicos agudos durante uma crise de pressão alta aguda. Isso ocorre quando a pressão sobe de forma intensa e rápida e o cérebro não consegue se adaptar a esse aumento (geralmente a causa são formas mais raras e agressivas de hipertensão).
Durante uma crise hipertensiva grave o paciente pode apresentar dor de cabeça associado a alterações visuais, náuseas e confusão mental. Trata-se, neste caso, de uma emergência médica. O médico geralmente identifica uma crise de pressão muito alta associado a alterações no exame de fundo de olho e mudanças na imagem do cérebro (ressonância). O quadro pode ser reversível com uma condução clínica adequada.
A doença de Alzheimer é uma doença neurológica degenerativa que leva a um progressivo declínio cognitivo. Trata-se, aliás, da principal causa de declínio intelectual (demência) na população, cerca de 60% dos casos. Ocorre predominantemente em pessoas acima dos 65 anos (apesar de existirem casos eventuais em pessoas mais jovens). A evolução clínica pode variar a depender do caso, mais, de modo geral. Temos uma patologia lentamente progressiva, que evolui em anos e que leva a progressiva deterioração cognitiva, comportamental e, nos estágios finais, motora. Os sintomas geralmente seguem a seguinte sequência:
Estágio leve: dificuldade progressiva de fixar novas memórias. O paciente lembra bem do passado, mas apresenta evidente dificuldade em memorizar coisas mais atuais, do dia-a-dia. Fica esquecido, repetitivo, deixa de cumprir compromissos, etc. Aos poucos vai perdendo sua segurança e independência.
Estágio moderado: além do esquecimento o paciente passa a se mostrar desorientado no tempo e espaço. Pode se perder em lugares conhecidos, ter dificuldade de reconhecer rostos familiares e mostra-se cada vez mais confuso e menos confiável. Podem surgir alterações comportamentais, como apatia ou agressividade, perda progressiva de autonomia, dificuldades de cálculo e linguagem, além de dificuldade mesmo com memórias antigas, já consolidadas.
Estágio avançado: nessa fase o paciente se mostra ainda mais desorganizado, o esquecimento pode ser muito intenso, dificultando até pequenos diálogos. O paciente fica bastante aéreo, interage pouco com o ambiente, pode ter franca dificuldade em reconhecer familiares e apresentar um discurso pobre e confuso. Com a progressão surgem sintomas motores como engasgos, perda de equilíbrio, coordenação e força muscular. O paciente evolui para franca deterioração neurológica global, ficando restrito a cadeira de rodas e posteriormente à cama, em posição que lembra a posição fetal.
O tempo para essa evolução é muito variável, podendo evoluir em meses (casos raros rapidamente progressivos), em anos (evolução mais comum), ou mesmo em décadas (casos mais arrastados).
Existem sim medicamentos para aliviar os sintomas da doença de Alzheimer, em seus vários níveis. Geralmente são medicamentos direcionados aos sintomas vigentes e mais incapacitantes, tais como: remédios para memória, medicamentos para regular o sono ou a sonolência, medicamentos para o humor, para apatia, para regulação do comportamento, etc.
Não existe receita de bolo. Cada caso irá demandar uma prescrição personalizada que deverá ser ajustada constantemente a luz das reavaliações neurológicas. Infelizmente ainda não existe medicamento capaz de parar efetivamente a doença em si, não temos cura e nem medicamentos capazes de proteger pessoas em risco de apresentar evolução para o Alzheimer. Mas muita pesquisa é feita para encontrar uma forma de reverter, cessar ou prevenis a perda neuronal e o empobrecimento de conexões visto nessa patologia.
Do ponto de vista não medicamentoso, é fundamental o apoio familiar, a manutenção de estímulos cognitivos adequados ao perfil, à fase clínica e ao gosto pessoal do paciente, manutenção de atividades sociais, de lazer, atividades físicas, manter a autonomia no limite da segurança clínica, etc. O seguimento deve incluir uma equipe multidisciplinar, de acordo com a sintomatologia apresentada.
Outro aspecto importante é cuidar do núcleo familiar e da saúde do cuidador. A doença transcende, e muito, os limites do indivíduo. Gera disfunções sociais, financeiras, desequilibra o gerenciamento de tempo, recursos e os papeis familiares.
Todo estresse associado pode induzir doenças físicas e psíquicas nos cuidadores e acompanhantes, cabendo aqui uma ressalva importante aos cuidados com toda unidade sócio-funcional que cerca o portador de Alzheimer.
Ao cuidar destes 12 fatores abaixo, é possível proteger sua memória e atrasar o surgimento de demências como Alzheimer.
- Perda auditiva
Se você trabalha em ambientes barulhentos, use sempre equipamentos de proteção auricular para minimizar os danos. Ao botar fones de ouvido para músicas, vídeos e mensagens, maneire no volume. Assim, você não lesa as células do ouvido. De tempos em tempos, procure um especialista como o otorrino para fazer exames e ver como está a sua audição. Se houver algum prejuízo, a melhor saída é investir num aparelho auditivo.
- Educação
É crucial manter-se intelectualmente ativo após a sexta década de vida. Vale se matricular em cursos, aprender um novo idioma… Durante a fase adulta, priorize trabalhos que sejam desafiadores e exijam o desenvolvimento constante de habilidades. Eis uma coisa da qual não podemos nos descuidar por toda a vida: o cérebro precisa ser estimulado dia após dia. Um bom ensino na infância e na adolescência cria a chamada reserva cognitiva, uma conexão neuronal mais firme e duradoura.
- Tabagismo
Para não viciar, é melhor nem começar: a adolescência é um período crítico para experimentar do cigarro — e gostar. O recado à esquerda vale para o produto de tabaco convencional — e também para dispositivos eletrônicos, narguilé e afins. Nunca é tarde demais para largar o vício: mesmo aqueles que fumaram por décadas colhem benefícios à saúde após o abandono. O tratamento está disponível a todos no SUS.
- Depressão
Essa doença psiquiátrica está cercada de estigmas. É preciso encará-la com a mesma seriedade de qualquer outra condição. Fique atento aos sentimentos. Uma tristeza que não vai embora e prejudica seu bem-estar é um sinal de alerta. Se o incômodo passar dos limites, procure o psiquiatra. Esse profissional vai analisar a situação e indicar o que fazer. De forma geral, o tratamento dessa enfermidade envolve o uso de antidepressivos e sessões de psicoterapia.
- Isolamento e solidão
Nós dependemos da vida em comunidade. Por mais introvertido que você seja, procure meios de interação com os outros. Crianças e adolescentes que não conversam com seus colegas na escola merecem um acompanhamento. Em meio à pandemia de Covid-19, o contato social ficou limitado. Para aliviar a saudade, recorra aos serviços de vídeo chamada. Após a aposentadoria, mantenha-se próximo de amigos e familiares. Crie uma agenda de atividades semanais ou mensais.
- Pancadas na cabeça
Ao dirigir um automóvel, seja sempre muito prudente, respeite as regras de trânsito e use o cinto de segurança. Em esportes em que a cabeça é alvo, como boxe e futebol americano, equipamentos protetores são imprescindíveis. Se você bater o crânio e tiver algum sintoma, como dor ou visão turva, procure o pronto-socorro mais próximo com urgência. Nas motocicletas, o uso do capacete é obrigatório.
- Poluição
Se possível, evite andar, correr ou mesmo transitar por ruas e avenidas movimentadas nas horas de maior trânsito. Dentro de sua realidade financeira, busque morar em bairros mais arborizados e afastados dos grandes centros. Pressione os representantes políticos de sua região para a criação de leis e políticas públicas que atenuem a poluição. Fique longe dos fumantes: inalar a fumaça do cigarro (o popular fumo passivo) é fator de risco para um monte de problemas.
- Hipertensão
A hipertensão não costuma dar sintomas: vá ao médico e faça exames para checar como está a saúde dos vasos. Quando a pressão ultrapassou 14 por 9, mudanças no estilo de vida e remédios ajudam a restabelecer a ordem. Tudo começa pela prevenção: não exagere nas pitadas de sal e priorize alimentos naturais e frescos no cardápio. As diretrizes mais modernas definem que uma pressão arterial saudável é aquela que fica abaixo de 12 por 8.
- Sedentarismo
Uma vida ativa começa com atitudes simples, como preferir escadas a elevadores e fazer pequenas caminhadas. A OMS preconiza 150 minutos de atividades leves ou moderadas por semana. Isso dá mais ou menos 30 minutos por dia. Além da parte aeróbica, lembre-se de aprimorar outras habilidades físicas, como o equilíbrio, a força muscular e a flexibilidade. Procure um esporte para chamar de seu.
- Diabetes
Em situações de jejum, é indicado que a taxa de açúcar no sangue (conhecida por glicemia) que abaixo de 100 mg/dl. Uma dieta equilibrada, junto com a prática regular de exercícios, é a melhor maneira de prevenir o diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1 costuma aparecer ainda na infância ou na adolescência. A detecção precoce faz toda a diferença. Para aqueles que já têm a doença, é essencial seguir as orientações do médico para manter a glicemia dentro das metas.
- Exagero no consumo de álcool
Um estudo publicado no The Lancet calcula que o limite seguro de consumo de álcool fica abaixo das 21 unidades por semana. Parece muito? Uma taça de vinho já representa três unidades. Se você tomar todos os dias, já fica bem próximo do perigo. Caso você goste de um drinque ou outro, pegue leve e reserve o consumo para momentos específicos da semana ou do mês. Quando o álcool vira uma necessidade ou uma obsessão, é preciso consultar especialistas para tratar a dependência.
- Obesidade
Os tratamentos contra a obesidade são vastos. Além dos ajustes no estilo de vida, há remédios e a cirurgia bariátrica. Quer saber se você está com excesso de peso? Dá pra calcular o índice de massa corporal, o IMC, em vários sites e aplicativos. Comece a investir em uma vida saudável: comer, dormir direito e mexer o corpo.
É muito comum as famílias confundirem “esquecimentos corriqueiros” com Doença de Alzheimer.
Para diferenciar, é preciso lembrar que para ser uma Demência precisa haver perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas de forma parcial ou completa, suficiente a ponto de provocar uma perda de autonomia do indivíduo.
Portanto, se o paciente tem esquecimentos, mas ainda faz tudo sozinho, talvez nunca vire doença de Alzheimer. Mas é importante o seguimento e a observação deste ao longo do tempo.