O estresse do trabalho pode mudar o seu cérebro

Sobrecarga no trabalho, memória falhando, falta de concentração, insônia, irritação, ansiedade e aquela sensação de esgotamento no final do dia. Isso acontece com você? Todos temos momentos de crise no trabalho, até para mim como médico, alguns dias são mais difíceis que outros. Mas quando isso se torna uma rotina, pode ser perigoso até mesmo para o nosso cérebro e a saúde da nossa mente, ou o que chamamos de cognição.

O comprometimento cognitivo afeta o nosso processo de aprendizado, prejudicando diversos aspectos que nos fazem humanos, como a percepção, associação, memória, atenção, raciocínio, juízo, pensamento, imaginação e linguagem. E já sabemos que o comprometimento cognitivo é muito encontrado em pacientes com estresse ocupacional crônico. No entanto, um estudo investigou se esse tipo de estresse pode alterar as estruturas do seu cérebro e descobriu que… infelizmente, sim.

COMO O ESTRESSE DO TRABALHO PREJUDICA O SEU CÉREBRO

Os sintomas do estresse ocupacional crônico sempre estão interligados à cognição e emoção, além da fadiga. Por isso, os cientistas buscaram investigar as regiões do cérebro que estão envolvidas com a cognição e a emoção: o sistema límbico. Foram encontradas alterações em estruturas, que apesar dos nomes complicados, também estão envolvidas com a cognição e as emoções humanas: o hipocampo, o córtex cingulado anterior, o córtex insular anterior, a amígdala e o córtex pré-frontal medial.

Para ilustrar melhor, vou dar alguns exemplos. O estudo científico descobriu que a amígdala do cérebro de pacientes com estresse ocupacional crônico era maior que a de pacientes que não passavam por situações de estresse crônico. A amígdala está associada à função de perceber os níveis de estresse. Ou seja, a percepção das situações estressantes fica desregulada em pacientes com estresse crônico. Também foi encontrado diminuição do tamanho dos núcleos caudados, que está relacionado a prejuízos da função motora fina, como o movimento das mãos e dos pés (segurar uma caneta ou digitar um texto, como estou fazendo agora).

De forma interessante, alterações nas mesmas estruturas foram encontradas em pessoas que sofreram situações de estresse na infância e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Além disso, os dados obtidos nos estudos sugerem que as mudanças no cérebro realmente são CAUSADAS pelo estresse, e não causam o estresse. Desse modo, o estresse crônico, ocupacional ou qualquer outro tipo de estresse crônico, deve ser tratado como o que realmente é: UMA DOENÇA.

Por isso, o tratamento adequado e de forma imediata é essencial para preservar a saúde e a qualidade de vida da pessoa que está sofrendo com estresse constante no trabalho.

Estresse é coisa séria. Se ficar com alguma dúvida, agende uma consulta e vamos conversar. Você pode contar comigo para um atendimento humanizado com qualidade profissional.

Dr. Davi Klava | Atendimento Médico em Neurologia Clínica

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