O que você precisa saber sobre o novo medicamento aprovado para o Alzheimer
Depois de 18 anos, um novo medicamento para o Alzheimer foi aprovado pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, marcando um grande avanço na área da saúde. O fármaco chamado Aduhelm, também conhecido por Aducanumabe, promete combater o declínio cognitivo causado pela doença de Alzheimer.
Até hoje, apenas estão disponíveis medicamentos que tratam os sintomas, sendo o Adulhem a primeira opção de terapia que afeta diretamente a progressão da doença.
Mas antes de começar, o que é o Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa irreversível, que destrói a memória, as funções cognitivas, causa alterações de humor e comportamento e até a habilidade de exercer tarefas simples. Geralmente, os primeiros sinais da doença surgem após os 65 anos e afeta mais de 30 milhões de pessoas no mundo, sendo a forma mais comum de demência.
A doença é influenciada por fatores genéticos, mas ainda não se sabe exatamente as suas causas específicas. O que já foi observado, é que pessoas com Alzheimer apresentam um acúmulo anormal de placas amiloides (uma proteína que normalmente é solúvel) nos neurônios, o que causa a morte do neurônio. Um pouco complicado, eu sei. Mas guarde esse nome!
Agora vamos falar sobre o Aducanumabe.
Como o novo medicamento para Alzheimer funciona?
O último medicamento para o tratamento do Alzheimer foi aprovado em 2003, por isso a aprovação do Aducanumabe representou um marco na área. 10 milhões de novos casos de Alzheimer são registrados por ano.
O novo fármaco tem como alvo a proteína amiloide, aquela que se acumula nos neurônios e causa a sua morte, lembra? A redução dessas placas amiloides resulta em uma melhora na progressão e nos sintomas causados pela doença.
Então o novo medicamento para Alzheimer funciona mesmo?
Em março de 2019, os testes do Aducanumabe, que estavam no estágio final, foram interrompidos quando os resultados demonstraram que a administração intravenosa não era eficaz. Mas no final do mesmo ano, o fabricante analisou mais resultados e chegou à conclusão de que o medicamento funcionava sim, desde que fosse administrado em doses mais altas.
Outros testes foram realizados até que finalmente o fármaco foi aprovado, em junho deste ano, com o resultado de que o declínio cognitivo dos pacientes tratados foi realmente reduzido.
Ao que tudo indica, o Aducanumabe não faz milagres, e alguns médicos duvidam da sua real eficácia, mas existem casos muito positivos, como o do cirurgião britânico Aldo Ceresa. Aldo tem 68 anos, e há dez anos percebeu que estava com dificuldades para discernir entre esquerda e direita. Ele teve que abdicar da sua profissão assim que recebeu o diagnóstico de Alzheimer.
Ele tomou o Aducanumabe por dois anos antes de o estudo ser interrompido e depois continuou o tratamento para a análise de novos testes. Aldo relatou estar menos confuso e esquecido, e se sente muito feliz por ter participado do estudo. Sua família também notou uma grande melhora.
O Aducanumabe deve chegar ao Brasil em 2022.
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Dr. Davi Klava
Atendimento Médico em Neurologia Clínica