O vovô e a vovó merecem um envelhecimento cognitivo saudável! Aprenda como ajudar

Nos últimos 40 anos, a expectativa de vida cresceu bastante no Brasil. A Covid-19 vai atrapalhar um pouco esse cenário positivo, mas felizmente não vai conseguir conter décadas de avanços em mais qualidade de vida para nossos idosos.

Aqui no meu consultório, cada vez mais pessoas, desde jovens, estão se mostrando preocupadas em envelhecer de forma saudável, o que é maravilhoso para a saúde. Quem já passou dos 60 também quer ficar bem por muito tempo, bem como os familiares querem aprender como oferecer um envelhecimento melhor para quem está ao redor.

Hoje, Dia Nacional e Internacional do Idoso, eu vim falar um pouquinho sobre a saúde cognitiva, que é a capacidade de pensar, aprender e lembrar com clareza. Junto com a saúde motora (movimentos e equilíbrio), emocional (como lida com as emoções) e tátil (quão bem se reage ao toque, incluindo pressão, dor e temperatura), ela é essencial para ter qualidade de vida – esse é um termo que uso bastante porque tão importante quanto ter uma vida longa é ter uma vida boa, prazerosa, saudável ao lado de quem a gente ama.

Todo mundo merece um envelhecimento cognitivo saudável!

O National Institute on Aging, dos Estados Unidos, explica que a saúde do cérebro pode ser afetada por mudanças relacionadas à idade, lesões como acidente vascular cerebral (AVC), transtornos do humor como depressão, uso de substâncias e demências, como o Alzheimer. O corpo envelhece, não é? É nessa idade que costumam surgir problemas como catarata, osteoporose, diabetes, hipertensão…

…o mesmo acontece com o cérebro! E do mesmo jeito que tem muita coisa que garante a saúde física, mudanças no estilo de vida podem ajudar a ter uma SAÚDE COGNITIVA MELHOR. Claro que alguns fatores não podem ser alterados, mas a gente pode interferir em muitos aspectos e viver muito melhor com hábitos saudáveis.

O instituto americano listou algumas tarefas simples de serem incorporadas ao cotidiano para que os idosos tenham uma saúde cognitiva melhor e diminuir os riscos de demências, inclusive o Alzheimer. Eu também acrescento algumas dicas.

E não é só os idosos que podem aproveitar não, tá? Quem ainda não chegou lá já pode fazer sua “poupança da saúde” para uma velhice saudável e também ajudar o pai, a mãe, os sogros, os avós…

Anota aí:

– Visitar o médico e fazer os exames recomendados
O médico vai requisitar os exames necessários para garantir que tudo está bem e, se necessário, recomendar o tratamento e receitar suplementos. É essencial manter sob controle doenças como diabetes e hipertensão e tomar todas as vacinas indicadas para a faixa etária. Estudos já mostraram que ter pressão alta entre os 40 e os 60 anos reduz a capacidade cognitiva.

– Praticar exercícios físicos
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas idosas (com 65 anos ou mais) são aconselhadas a adicionar atividades que foquem no equilíbrio e coordenação, bem como no fortalecimento muscular para ajudar a prevenir quedas e melhorar a saúde. Se der, é legal ter o acompanhamento de algum profissional. Além dos exercícios propriamente ditos, se mexer de forma geral é importante. Vale uma caminhada ao ar livre ou dançar na sala de casa.

– Comer alimentos saudáveis
Nossos avós sempre dizem: saco vazio não pára em pé! E não adianta se alimentar de guloseimas o tempo inteiro, é preciso ingerir alimentos que façam o organismo funcionar bem: pratos ricos em fruta, legume e verdura. Não dá para deixar de lado as proteínas também, que são encontradas nas carnes magras e nos ovos. Uma alimentação balanceada reduz os riscos de ter doenças crônicas. E lembre-se que beber bastante água é essencial!

– Cozinhar!
Esses dias eu falei um pouco sobre os benefícios de cozinhar para quem tem Alzheimer, mas todo mundo pode tirar proveito de preparar uma bela refeição, sozinho ou em família. Faz bem para a memória se lembrar de receitas, ajuda a cognição colocar tudo em ordem, saber quando adicionar determinado ingrediente. Se estiver com dificuldades na cozinha, peça ajuda. Com certeza vai ser uma boa fonte de lembranças com quem você ama.

– Descansar
Durma bem, de sete a oito horas por dia. Desconecte-se do celular horas antes de dormir e deixe o quarto completamente escuro. Se precisar, instale um interruptor bem ao lado da cama, para evitar quedas quando precisar levantar à noite.

– Manter a mente ativa
Que tal ler um livro, fazer palavras cruzadas, pintar, aprender a tocar um instrumento, escrever um diário ou se arriscar em um novo idioma? Nossos vovôs estão cada vez mais conectados e tudo isso pode ser encontrado online em tempos de pandemia! Vale também brincar de jogos em casa, como o da memória. Um ponto essencial da saúde cognitiva. 

– Gerenciar o estresse e os sentimentos
Se distraia. Leia um livro, assista a um filme, converse com pessoas, faça exercícios físicos e evite o estresse. Claro que esse sentimento faz parte da vida, mas a longo prazo ele pode mudar o cérebro, afetar a memória e aumentar o risco de Alzheimer e outras demências. Se precisar, conte com a ajuda de um profissional – afinal, como eu já falei sobre, a depressão aumenta a chance de desenvolver Alzheimer. 

– Ficar conectado com atividades sociais
O convívio social é essencial para todo mundo, e para os idosos ganha uma importância ainda maior, por isso é super importante não se isolar. Mas a gente deve tomar todos os cuidados relativos à pandemia, combinado? Se for sair para fazer uma atividade física, não esqueça da máscara, do álcool em gel e do distanciamento social. Em vez de fazer grandes reuniões com amigos, prefira organizar uma refeição bacana com todos que moram na casa. Faça videochamadas, chame alguém mais próximo, com quem conviva sempre, para um piquenique ao ar livre, comece um curso online em turma ou entre num clube do livro virtual.

– Reduzir o risco de lesões
Largar o cigarro ajuda a diminuir os riscos de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Não consumir bebida alcoólica em excesso também ajuda na saúde. Se você já está com problemas de locomoção, evite sair na rua sozinho e coloque barras nos cômodos da casa e no banheiro, retire tapetes e elimine degraus onde pode tropeçar. Evitar quedas evita cirurgias, internações e longos tempos de repouso. 

Como disse ali em cima, o acompanhamento médico é essencial. Estou aqui para te ajudar!

Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário aí embaixo! Ou fale comigo pelo telefone (19) 99685-4402.

Dr. Davi Klava

Atendimento Médico em Neurologia Clínica

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