Previna o ALZHEIMER através da prevenção da DEPRESSÃO
A depressão é um dos fatores de risco do Alzheimer. Prevenindo e tratando a depressão de forma correta, nós também prevenimos o Alzheimer e outras demências.
Já falei muito sobre o Alzheimer, tanto aqui no site quanto nas minhas redes sociais. As preocupações dos pacientes sempre são muito grandes sobre essa doença, que é o tipo de demência e distúrbio cerebral mais comum na terceira idade. É indiscutível que o Alzheimer tem grande impacto na qualidade de vida daqueles que o desenvolvem. Mas um novo estudo publicado em uma das revistas mais confiáveis na área da ciência, traz uma nova abordagem para a prevenção das demências: a prevenção da depressão.
A DEPRESSÃO COMO FATOR DE RISCO PARA O ALZHEIMER
Vários estudos já demonstraram que o início dos sintomas da doença de Alzheimer pode ser adiado e que seu desenvolvimento pode ser prevenido através do controle dos seus fatores de risco. E existem diversas evidências que a depressão é um desses fatores. O tratamento da depressão reduz em até 4% os casos de demência na população. Pode parecer um valor pequeno, mas quando comparado ao tratamento de outros fatores de risco, vemos a sua importância: ao tratar a hipertensão, os riscos diminuem em 2%, no caso da diabetes 1,2% e obesidade 0.8%.
Sabendo disso, a identificação precoce dos sintomas depressivos se torna ainda mais importante, principalmente em cenários de pacientes com predisposição para o Alzheimer. Médicos e pacientes devem estar cientes de que, além de um dos fatores de risco, a depressão também pode aparecer como um sinal de declínio cognitivo no futuro, tornando necessário um acompanhamento clínico de perto para avaliar e diagnosticar qualquer sinal e evolução da doença.
OS ANTIDEPRESSIVOS PODEM PREVENIR O ALZHEIMER?
O que os estudos sugerem é que SIM, o tratamento da depressão e sintomas depressivos com o uso de medicamentos da classe dos antidepressivos diminui o risco e a progressão do Alzheimer. Isso é verdade tanto para casos graves e crônicos, quanto para transtornos mais leves e moderados. Você deve estar se perguntando como isso é possível, mas pode ser explicado através da forma de ação dos antidepressivos no nosso organismo. Esses medicamentos estimulam a produção de novos neurônios no hipocampo, uma região do nosso cérebro associada a nossa memória, aprendizado, motivação e emoções.
Além disso, os antidepressivos também possuem ações anti-inflamatórias, e adivinha o que a inflamação das células cerebrais pode causar? As demências, entre elas o Alzheimer. Também existem evidências de que esses medicamentos diminuem os efeitos causados por distúrbios na proteína tau e na formação de placas amiloides, que estão extremamente relacionados a casos de Alzheimer.
Mas vale salientar que qualquer tipo de tratamento, de forma preventiva ou não, deve ter indicação médica e o paciente precisa ser acompanhado por um bom médico especialista.
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Dr. Davi Klava | Atendimento Médico em Neurologia Clínica
Fonte:
¹ DAFSARI, Forugh S.; JESSEN, Frank. Depression—an underrecognized target for prevention of dementia in Alzheimer’s disease. Translational Psychiatry, Nature, v. 10, n. 1, p. 1-13, 2020.