Seria o Botox a solução para a sua enxaqueca?

Só quem tem enxaqueca sabe o quanto esse problema é incapacitante. Não é uma simples dor de cabeça. As crises são frequentes e, além da dor, o paciente tem a visão comprometida durante os episódios, os barulhos incomodam e aparecem sintomas como náuseas.

O problema pode ser controlado com medicamentos e adoção de um estilo de vida mais saudável: melhor alimentação, mais exercício físico, muita água e menos estresse. Eles atuam de forma preventiva ou para controlar as crises que teimam em aparecer. Aqui nesse texto, falei sobre o que há de mais moderno em termos de medicamentos no tratamento da enxaqueca. 

Há mais de uma década surgiu uma boa opção para quem precisa se livrar dessa convidada indesejada: a toxina botulínica – estudos mostram que ela é eficaz em reduzir a frequência e a intensidade das dores e está longe de servir apenas para propósitos estéticos. É importante lembrar que continuará necessário tomar medicamentos de costume.

Dois ensaios clínicos de fase três compararam o botox com placebo na prevenção da enxaqueca entre 1.384 pacientes que vivem com o problema de forma crônica. Os ensaios de fase três são avançados no processo científico, quando os tratamentos já provaram eficácia e segurança. Já o placebo é uma substância que não tem efeito algum, utilizado nos estudos para comparar com o efeito que a substância tem.

Os resultados mostram diminuição importante no número de dias que os pacientes tiveram dor de cabeça, além de melhora importante na qualidade de vida em quem utilizou a toxina botulínica. A substância atua interrompendo a comunicação entre nervos e músculos. 

Os benefícios são vistos realmente em quem tem enxaqueca crônica, não episódios ocasionais de enxaqueca. Os efeitos colaterais são suportáveis, apenas uma minoria dos pacientes relata sentir sensibilidade ou dor no local da aplicação.

O botox é aprovado nos Estados Unidos para uso no tratamento da enxaqueca crônica desde 2010, para pacientes com 18 anos ou mais que tenham dor de cabeça em pelo menos metade do mês, com cada episódio durando pelo menos quatro horas. No Brasil, essa aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se deu em 2011.

Normalmente, uma sessão só não resolve alívio imediato. Os efeitos são diferentes para cada pessoa: alguns têm a frequência e intensidade das dores melhoradas, em outros pacientes elas desaparecem completamente.

Mesmo com o tratamento com botox, os gatilhos continuarão existindo. Se sua dor é disparada por menstruação, cansaço, estresse, algumas comidas e cheiros, eles continuarão a ser problemáticos, mesmo com menos frequência e intensidade das crises.

O tratamento é feito com base nos sintomas do paciente e no seu quadro clínico – são essas condições que vão determinar a frequência das aplicações e a quantidade de toxina botulínica utilizada. É de extrema importância que o médico seja informado sobre outras aplicações com botox, pois existe um limite máximo, e também sobre medicamentos que a pessoa toma.

Tem alguma dúvida? Marque uma consulta e vamos conversar mais sobre o assunto! Estou à disposição pelo telefone (19) 99312-4073.

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