Teste farmacogenético realmente ajuda no tratamento da DEPRESSÃO?
Segundo alguns testes realizados…NÃO. Informações da Harvard Health Publishing dizem que estudos realizados com pacientes com depressão apontam que o uso de resultados de genes não mostrou nenhuma evidência de eficácia.
Isso porque a maioria dos estudos não era totalmente cega, ou seja, pacientes e médicos sabiam o que havia sido aplicado em cada um dos pacientes. Para se ter uma ideia, os testes mais rigorosos do mundo, para aprovar vacinas e medicamentos, por exemplo, são feitos às cegas – nem a equipe que está participando nem os pacientes sabem o que está sendo administrado (medicamento ou placebo), o que diminui qualquer viés tendencioso. O que foi utilizado em cada voluntário só é revelado ao final do estudo, quando já há resultados disponíveis.
Mesmo nos estudos parcialmente cegos com testes farmacogenéticos, havia o conhecimento de que alguns pacientes fizeram um teste especial. Mesmo nesses, o exame não demonstrou eficácia.
Eu te explico porque não funciona:
Os testes farmacogenéticos no tratamento da depressão não são novidade na medicina. São indicados por profissionais da saúde (ou os pacientes descobrem por meios próprios). Eles chegam a custar vários milhares de reais e muitas vezes a pessoa, desesperada e sofrendo com uma doença que mina sua saúde mental, acaba tirando dinheiro de onde não tem para pagar algo que não vai funcionar.
Segundo Harvard Health Publishing, os genes determinam o risco de ter depressão e parte da resposta ao tratamento, sim. O que acontece, porém, é que nenhum gene isolado ou grupo deles pode falar muito desse risco ou dessa resposta às intervenções; além disso, os genes que são rastreados nesses exames parecem não ser os primordiais quando se trata dessa doença.
Por exemplo: segundo a publicação, alguns genes examinados afetam os níveis de drogas no sangue, mas não dizem como vai ser a resposta clínica a elas. Outros fatores, como idade, alimentação, nível dos hormônios, medicamentos que a pessoa usa além dos remédios para depressão e até as bactérias do intestino seriam mais importantes para determinar como uma pessoa responde ao tratamento.
Certo doutor, mas qual é a solução então?
A depressão pode ser leve ou severa e apresenta alguns sintomas como desânimo, perda de interesse por coisas que gostava, irritabilidade, tristeza, solidão e queixas como insônia, perda ou aumento de apetite, por exemplo.
Ajuda psicológica e às vezes médica, com uso de medicamentos, é essencial. Na maioria dos casos, mudança de hábitos e esse acompanhamento vão surtir efeitos. Mas medicamentos têm efeitos colaterais que às vezes são intoleráveis para determinado paciente, isso varia muito de pessoa para pessoa – cada um é único, certo? Se não estiver se adaptando com o tratamento, converse com seu médico. Juntos, vocês podem chegar a algo que te favoreça de verdade sem prejudicar outras áreas da sua vida. Saúde mental é tão importante quanto a física: o objetivo é sempre conquistar o melhor para o paciente.
A Organização Pan-Americana de Saúde elencou algumas dicas para te ajudar nesse processo de aliviar os sintomas e tratar a depressão. Eu complemento com mais algumas coisas que podem ajudar:
– Converse com alguém de confiança, que não vá julgar seus sentimentos.
– Não consegue pensar em ninguém? Ligue para o 188. Esse é o número do Centro de Valorização da Vida (CVV), que vai simplesmente ouvir, sem nenhum julgamento, e também pode ajudar em ocasiões de urgência.
– Procure ajuda com profissional de saúde, médico local, psicólogo. Relate toda a sua rotina, hábitos e pensamentos a ele.
– Faça exercícios com frequência. Vale uma caminhada, dançar…
– Mantenha hábitos alimentares e de sono regulares. Uma rotina ajuda muito.
– Evite ou restrinja a ingestão de álcool e não use drogas ilícitas, que podem piorar o quadro.
– Faça coisas que você sempre gostou, mesmo que sem vontade.
– Preste atenção aos pensamentos negativos persistentes e à autocrítica e tente substituí-los por pensamentos positivos.
– Parabenize-se por pequenas conquistas. Levantou da cama e conseguiu chegar ao trabalho no horário? Se alimentou bem? Conseguiu dormir a noite toda, sem sobressaltos? Conversou com os seus filhos? Essas são vitórias que merecem ser comemoradas. No dia a dia de qualquer pessoa, elas são importantes; no de um depressivo, ainda mais.
A depressão tende a ser a doença mais comum no mundo até 2030, então é muito importante saber lidar com ela e tratá-la da melhor forma possível. Para isso, estamos aqui!
Ficou com alguma dúvida ou precisa de ajuda para identificar se os sintomas que está apresentando são de depressão? Conte comigo! Entre em contato pelo telefone (19) 99685-4402
Dr. Davi Klava
Atendimento Médico em Neurologia Clínica