Tudo o que você precisa saber sobre a E.L.A., doença do Stephen Hawking

Você provavelmente já ouviu falar do Stephen Hawking, gênio reconhecido internacionalmente por suas teorias sobre o universo e buracos negros. Mas hoje não vamos falar de física!  Esse cientista foi diagnosticado com uma forma precoce de Esclerose Lateral Amiotrófica, que o paralisou gradualmente, mas não o impediu de fazer história na ciência. Nos últimos anos da sua vida, ele já não era mais capaz de falar, mas se comunicava por meio de um dispositivo gerador de fala. 

Afinal de contas, o que é Esclerose Lateral Amiotrófica (E.L.A)? 

A E.L.A. é uma doença neuromuscular, que afeta os neurônios responsáveis por controlar os movimentos musculares voluntários (aqueles que nós escolhemos movimentar). Esses neurônios tornam possíveis atos como mastigar, andar, falar e escrever. É uma doença progressiva, ou seja, vai piorando com o tempo. Atualmente não existe cura para essa doença.

Quais são os sintomas causados pela E.L.A?

Os primeiros sintomas percebidos são contrações musculares nas pernas, braços, ombros ou língua, câimbras, músculos tensionados ou endurecidos, fraqueza nos braços, pernas e pescoço, fala arrastada e dificuldade de mastigar e engolir. 

À medida que a doença vai avançando, outras partes do corpo vão sendo afetadas, andar e falar vai se tornando mais difícil, assim como de respirar. Nos últimos estágios da doença, o paciente pode precisar da ajuda de ventilação mecânica para respirar. 

Quais os fatores de risco para E.L.A.?

Idade: na maioria das vezes, a doença atinge pessoas entre 55 e 75 anos.

Gênero: a doença é mais comum nos homens.

Etnia: a doença atinge mais brancos e não-hispânicos.

Genética: entre 5% e 10% dos casos de E.L.A. são genéticos, porém a maioria é considerada esporádica (ocorre aleatoriamente).

O que pode causar a E.L.A.?

Além de fatores genéticos, fatores ambientais também podem desencadear essa doença, como, por exemplo, exposição a agentes tóxicos ou infecciosos, trauma, excesso de atividade física, dieta e ocupação, o que pode explicar o porquê veteranos de guerra e atletas têm risco elevado de desenvolver a E.L.A.

Como é o tratamento para E.L.A.?

Infelizmente, ainda não existem tratamentos disponíveis que revertam os danos causados no sistema nervoso, porém existem medicamentos que controlam os sintomas, previnem complicações desnecessárias e permitem que o paciente tenha mais qualidade de vida. 

Os medicamentos prescritos por um médico reduzem os danos no sistema nervoso, câimbras, tensão, dor, constipação e outros sintomas causados direta ou indiretamente pela E.L.A.

Tratamentos complementares

  • Fisioterapia e terapia ocupacional: exercícios de baixo impacto, como nadar e andar, para prevenir dor e evitar o encurtamento dos músculos.
  • Suporte para comunicação: tratamento com fonoaudióloga e posteriormente, auxílio de dispositivos de fala.
  • Acompanhamento nutricional: o nutricionista prescreve uma dieta baseada em pequenas refeições distribuídas ao longo do dia, e alimentos ricos em fluidos e fibras, sempre evitando aqueles difíceis de engolir. Se a doença já estiver avançada, é recomendada a alimentação por sonda para evitar que o paciente se engasgue.
  • Auxílio respiratório: quando respirar se torna difícil, máscaras de oxigênio são recomendadas, e posteriormente a ventilação mecânica.

Se você tem mais alguma dúvida, entre em contato comigo para conversarmos.

E se você se interessou pela vida do Stephen Hawking, recomendo assistir ao filme sobre a sua vida, “A teoria de tudo”, que retrata a história desse cientista com muita sensibilidade. 

Dr. Davi Klava

Atendimento médico em Neurologia Clínica

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